quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Esconda as tatuagens na hora de pedir emprego

Artigo retirado do site Administradores
O uso de tatuagens, piercings e alargadores de orelha, cada vez mais comum entre os jovens, pode comprometer a conquista de uma vaga em empresas de perfil mais conservador, que ainda relacionam esses ornamentos à sua origem marginal.

Segundo Ralph Arcanjo Chelotti, presidente da ABRH-Nacional, tatuagens, piercings e alargadores têm uma história e, em sua origem, eram mais associados a marinheiros e marginais, o que ficou registrado no inconsciente coletivo da humanidade, daí porque existe uma certa associação entre as pessoas que usam esses ornamentos a indivíduos pouco confiáveis:

“Mas isso não é regra geral, uma vez que em empresas dos segmentos de comunicação, moda ou web design, apenas para citar algumas, o fato de alguém usar tatuagens não só é bem visto como faz com que a pessoa se sinta como parte de uma tribo, de um mesmo grupo”, explica.

Para Chelotti, os jovens hoje associam as tatuagens ao belo, mas também a uma certa identificação tribal, de grupo, algo que as sociedades modernas, massificadas, deixaram para trás. Nesse sentido, eles costumam se tatuar sem refletir profundamente acerca do impacto disso na sociedade, especialmente na hora de encontrar um novo emprego:

“Recomenda-se que os jovens que usam tatuagens ou piercings e que vão se candidatar a vagas em empresas de viés conservador, como as do segmento financeiro, por exemplo, não devem ostentar as tatuagens, pois correm o risco de perder a vaga. Por meio de uma roupa adequada, camisas de mangas longas é possível esconder as tatuagens. Ao agir com essa prudência, o jovem mostra que valoriza a opinião dos outros sobre temas mais polêmicos”.

Segundo Chelotti, mais do que ter tatuagens ou piercings, o que pesa contra os candidatos que ostentam esses ornamentos de modo exagerado é o fato de passar a mensagem de que eles não se importam com o que os outros pensam, um aspecto evidentemente negativo quando o assunto é trabalho em equipe:

“Mas se o entrevistador perguntar, é importante falar a verdade. O candidato pode dizer que usa sim tatuagens, mas que as considera algo pessoal e que, por essa razão, não as fica exibindo. Esta postura vai mostrar ao entrevistador que aquela pessoa, aquele indivíduo, tem opinião própria, mas respeita a opinião que outros possam ter sobre temas que ainda geram polêmica na sociedade”, explica.

Piercings

Para o presidente da ABRH-Nacional, se a sociedade vai aos poucos superando os preconceitos em relação às tatuagens, os piercings e alargadores ainda são chocantes para muitos recrutadores de empresas mais conservadoras e devem ser evitados se o candidato almeja ter alguma chance à vaga:

“Há alguns piercings muito sutis, que algumas moças usam até como brincos, que já são aceitos. Mas há outros que passam uma imagem agressiva e que, fora de alguns contextos ou grupos sociais, não são muito bem vistos”, adverte.

Segundo Chelotti, as questões relativas a tatuagens e piercings nas empresas apenas evidenciam o quanto as nossas sociedades ainda são preconceituosas em relação ao diferente, uma vez que a pessoa é julgada antes por sua aparência e, somente depois, por sua capacidade técnica. Ela lembra que, nesse aspecto, as roupas que as pessoas usam em entrevistas de emprego são muito importantes também, pois roupas descuidadas, curtas, com cores chocantes, podem levar muitos recrutadores a duvidarem do bom senso do candidato, o que é mortal para quaisquer chances de emprego.

“Hoje, muita gente acha excêntrico o fato de que alguns famosos presidentes de empresas usam paletó, gravata e tênis. Mas isso só acontece depois que a pessoa provou que é muito capaz e competente”, conclui.

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Recolocação profissional: diversifique as fontes de busca por oportunidades

Escrito por: Dave Willmer, da Robert Half
Os executivos que buscam a recolocação profissional no mercado de TI hoje provavelmente receberam alguns conselhos conflitantes sobre o melhor caminho para seguir. Alguns colegas e amigos podem ter falado sobre redes online como o microblog Twitter. Outros podem insistir que eles não conseguirão sem indicação de alguém.

A realidade, no entanto, mostra que é difícil prever exatamente de onde o próximo emprego de profissionais experientes virá. Eles podem passar horas mexendo no currículo para atingir diversos tipos de empresas, e acabar encontrando vagas em uma eventual conversa com o amigo do primo do vizinho. Por isso, ao explorar uma grande gama de caminhos, esses candidatos ganham uma vantagem sobre os concorrentes que apostam todas as fichas em apenas um rumo.

Escolha suas táticas
Tomar uma abordagem múltipla não significa seguir qualquer possibilidade de emprego. Pelo contrário: o grande número de formas de encontrar trabalho na área de tecnologia é essencial para selecionar cuidadosamente os métodos válidos para investir o tempo.

Toda fonte de emprego tem suas vantagens e desvantagens. É importante que o candidato tente estabelecer uma mistura de ferramentas – especializadas e gerais, grandes e pequenas, locais e nacionais, online e offline - e tenham em mente que, nas gerais, quanto menor e mais especializada a fonte, menos tempo deve-se passar peneirando caminhos irrelevantes.

O mesmo se aplica para o foco geográfico: o anuncio de “precisa-se” em uma publicação local de negócios pode parecer fora de moda, mas o foco local do negócio pode fazer com que valha a pena dar uma olhada.

Outro caminho para aumentar o alcance das oportunidades disponível é registrar-se em uma empresa especializada em recolocação executiva de TI. Essas companhias potencializam a busca por empregos. As relações com empregadores permite que elas se conectem a oportunidades de que muitas vezes não chegam a ser divulgadas.

Nunca pare com o “networking”
Se não tem um “melhor” caminho para arrumar um emprego, tem um conceito que ajuda em muitas buscas por trabalho: mantendo uma forte e ativa rede de contatos. Melhor do que procurar oportunidades, o profissional deve trabalhar para que as oportunidades o encontrem, estabelecendo uma gama de relacionamentos interpessoais diversificada - tanto online quanto offline, social ou acadêmica.

O networking também é a forma mais confiável de manter o pessimismo longe. Ouvir sobre o sucesso e fracasso dos outros pode ajudar a perceber se o candidato está procurando um emprego no contexto correto, em vez de uma reflexão sobre suas capacidades pessoais ou profissionais.

Dave Willmer é fundador da consultoria em gestão de carreiras Robert Half

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Mande nos seus lucros

Responda rápido: o que você faria se tivesse de pegar oito ônibus por dia e todo seu dinheiro não fosse suficiente sequer para comprar um Fusca velho?
Você encorajaria um médico a mudar de ramo e investir em restaurantes?
Acredita que um legítimo português possa ser um grande cozinheiro árabe?
Levaria a sério se alguém lhe dissesse que uma rede de restaurante árabe, brasileira, um dia seria a maior do mundo?
Consegue imaginar que uma única loja conseguiu transformar-se em 204 lojas em 15 anos (mais de uma loja por mês) sem nenhum centavo de empréstimo?
Você apostaria num produto desconhecido se dissessem a você que ele seria o mais vendido no Brasil?
Com um investimento de 30 mil dólares, você saberia como conquistar cem milhões de clientes e gerar nove mil empregos diretos?
Demais para sua cabeça? Então compre uma esfiha, tome um suco natural, relaxe e continue lendo. Você vai descobrir como tudo isso é perfeitamente possível.

Oito ônibus por dia. Esse era o meio de transporte que Alberto Saraiva utilizava em 1970. Nos bolsos vazios, os trocados somados não comprariam um fusquinha velho. Nascido de uma família humilde em Portugal, chegou ao Brasil ainda criança e foi criado em Santo Antônio da Platina, interior do Paraná, onde o pai era representante de doces e balas. Por conta dos estudos de Alberto, os Saraiva mudaram-se para a capital paulista em 1973. “Vim para São Paulo e prestei vestibular para medicina durante dois anos consecutivos, não consegui entrar na faculdade, mas como o sonho é mais forte que qualquer coisa, tentei o terceiro ano e consegui entrar na Santa Casa”, lembra o empresário, fundador e presidente da maior rede de fast-food árabe do mundo.

A troca da medicina pelo comércio foi uma necessidade. Logo que chegou em São Paulo, seu pai comprou uma padaria, mas foi morto por um assaltante semanas depois. A partir dessa tragédia, Alberto Saraiva, que era o filho mais velho, teve de se responsabilizar pelo sustento da família. O que poderia ter sido uma entrega ao fracasso para muitos, serviu de estímulo para ele, que continuou tocando a padaria do pai, mas não deixou os estudos. Formou-se, chegou a clinicar durante dois anos, mas acabou seguindo o caminho do comércio. A dor pela morte do pai serviu para que descobrisse sua verdadeira vocação.

Os mandamentos da lucratividade
Crescer com qualidade. Com essa proposta a rede Habib’s desenvolveu uma estrutura voltada a atender seus clientes de forma personalizada, padronizando seus produtos e investindo continuamente nos setores de apoio que garantiram um alto padrão de qualidade em produtos e serviços.
A seguir, algumas considerações e lições sobre os mandamentos feitos pelo empresário:

1. O comércio como arte – Para Saraiva o comércio é uma arte por diversos motivos: primeiro porque as pessoas acham que é aquela frieza de comprar por um preço e vender por outro ou aquela coisa matemática de que quanto mais você cobra mais você ganha. “Na verdade não é nada disso, o grande sucesso do comércio é você obter lucro, mas a obtenção de lucro você consegue servindo as pessoas e não servindo o seu bolso, então quanto mais você oferece cobrando menos, mais você ganha”, defende. Em síntese, não cobrar a mais pelo algo a mais e sim fazer uma exceção, cobrar a menos pelo algo a mais que você dá ,esse é o grande diferencial. “Isso é uma arte, por que como toda arte, se você não tem o dom para fazer, o teu consciente não deixa que você faça.”

2. Priorize os 4 Qs – Este tópico corresponde ao quarto mandamento do livro que traz os dez mandamentos da lucratividade. Ele diz o seguinte: qualifique as vendas, priorize os 4 Qs (o que vende, quem vende, o quanto vende, quem cuida das vendas). Não adianta só vender, você tem de qualificar as vendas, e na verdade a qualificação passa por esses 4 Qs. Eu posso ter dois garçons atendendo o mesmo número de clientes e um vender muito mais bebida que o outro, isso faz uma diferença tremenda, o quanto vende é você dimensionar o quanto você precisa vender, você tem de ter meta, objetivo. As vendas precisam ter um constante cuidado no dia-a-dia, e uma análise no fim do mês, por isso quem cuida das vendas é importantíssimo dentro do processo.

3. Encarando a concorrência – “Normalmente encaro meus concorrentes com respeito, sem maiores preocupações, pois na verdade a concorrência está mais ligada a uma situação interna, sobre o que você é e o que você representa, quando você se cuida, se aprimora, se evolui e se preocupa com o cliente, você não tem preocupação com a concorrência”, afirma Saraiva. Ele acredita que as pessoas têm mais preocupação com a concorrência quando falham em algum setor em que o concorrente pode dominar. Mas para ele, a preocupação maior deve ser com a própria empresa e com aquilo que acontece dentro dela do que com o concorrente. “A maioria das pessoas fica preocupada em saber por que o concorrente tem mais movimento, tem menos, o que ele está fazendo, isso é uma coisa que a gente não faz, a gente acompanha, mas não que haja uma preocupação”.

4. Vender pelo menor preço possível sempre – Um dos mandamentos diz que deve-se vender aos menores preços possíveis, não vender mais barato. “A frase está muito relacionada com a origem de uma padaria que eu tinha, que ficava no meio de outras cinco padarias e era inteiramente ultrapassada. Eu tive a concorrência logo no meu primeiro negócio e uma das maneiras com a qual eu sobrevivi, pela necessidade, foi aprendendo que o preço é algo extremamente importante dentro do sucesso comercial. Aqui a gente nem sabe o que o concorrente cobra, nós cobramos os menores preços possíveis, independente de qualquer situação externa, concorrência, taxas, desemprego, inflação, nós não queremos saber de nada disso. Fazendo isso, nós vendemos 600 milhões de bib'sfihas ano passado”, explica Saraiva.
Em cinco anos, Alberto Saraiva teve 22 negócios diferentes. Como fazia Medicina, montava e vendia negócios com facilidade. Passou a ficar com eles apenas quando montou o primeiro Habib's.

5. Paixão pelo cliente – O conceito de respeito aos clientes defendido por Saraiva vai além do relacionamento. “Eu falo e às vezes as pessoas torcem o nariz: a paixão pelo cliente é uma questão de amor mesmo. Quando você tem paixão e amor aos seus clientes, você não consegue maltratá-lo, não consegue levar vantagem sobre eles, o que você oferece são vantagens e é aí que ganha dinheiro”. Ele enfatiza que não é indo atrás do lucro que vamos conquistá-lo e sim indo atrás das pessoas, daquilo que elas querem, do que mais necessitam e procuram. Para Saraiva, lucro não é prioridade. Prioridade é servir as pessoas.

6. Terceirize o medo – “Medo foi uma coisa na parte comercial que nunca tive, pelo contrário, as pessoas sempre tentavam me brecar. A ousadia é uma característica que eu sempre tive”. Saraiva chama atenção, no entanto, para a importância de estar sempre analisando e olhando o dia de amanhã, o que poderia ser, quais as conseqüências que poderá trazer, se der certo para onde você vai, se der errado qual seria a alternativa. Tudo com responsabilidade, nada de maluquice.

7. Metas determinadas – “Minha vida toda eu passei tendo metas”, confessa Saraiva. “Quando eu ganho aquelas agendas de ano, eu escolho a que se encaixa mais comigo e imediatamente o que eu coloco na última página da agenda são minhas metas, meus objetivos para aquele ano. Tenho as metas comerciais, as pessoais, as metas de empresário e as metas de caráter humanitário.” Ele acredita que isso é o que o motiva no trabalho do ano todo. “É a força da mente misteriosa que trabalha incansavelmente na realização dos seus sonhos, dos teus desejos e que surpreende você de uma maneira incompreensível”, afirma.

8. Aumente o seu negócio – Basicamente o que determina a expansão da rede é a oferta de pontos comerciais que o grupo consegue captar. “Na verdade nós nunca falamos vamos crescer aqui, vamos crescer ali, vamos fazer isso. A gente tem um planejamento para onde queremos ir e crescemos de acordo com a oferta dos melhores pontos comerciais que aparece”. O que determina a prioridade da expansão do Habib’s é a qualidade do ponto comercial que aparece, porque o sucesso de venda maior ou menor está intimamente ligado com o ponto comercial.

9. Vencer pelas próprias mãos – Saraiva afirma que para chegar lá tem de fazer muita coisa. “Para começar eu não tive herança, a minha origem é bastante humilde e eu já comecei com algo, como uma pessoa pobre, a única coisa que resta é vencer pelas próprias mãos”. Então o processo todo se inicia aí: na garra, vontade, na disposição redobrada na luta, no sonho que você deve ter, na motivação e na sua origem humilde, simples porque dá mais valor em tudo.

10. A lucratividade e o futuro do seu negócio – Saraiva defende que a visão do lucro sempre existiu. “Afinal quando você não tem o lucro, não tem futuro, porque o futuro da pessoa, a avaliação de um profissional é pelo lucro que ele traz para a empresa, a lucratividade é que dá o futuro da empresa”, defende, explicando que quando você não tem o lucro, não consegue pagar bons salários, não consegue ter pessoas de qualidade, não consegue crescer. “O lucro não é o objetivo final, não é o meio, não é na busca dele. O foco são as pessoas, é o cliente, aí ele aparece de surpresa para você”.

11. O peso do treinamento – O treinamento é importante na continuidade de uma idéia que você tem, porque senão ele quebra todo um conceito. Saraiva afirma que é quase que o aprimoramento, a manutenção daquilo que você escolhe, do que está fazendo. “Com o treinamento você tem o comprometimento principal do atendimento ao cliente, que é o meu décimo mandamento e o mais importante de todos. Nós não temos problema com qualidade de produto, de preço, cardápio, mas às vezes temos o problema de atendimento, principalmente com o item que se chama demora”. Foi por isso que nasceu o delivery 28 minutos.
O delivery do Habib’s nasceu em 2002 para matar um problema que era a demora. Em um mês, foram atendidos 250 mil pedidos.

12. Lidando com o dinheiro – Alberto acredita que o seu grande diferencial foi ter nascido pobre e conseguido enfrentar os problemas e obstáculos da vida como desafios. “Hoje eu encaro o dinheiro da mesma maneira de quando eu era pobre, só que com um pouquinho mais de utilização das coisas boas que o dinheiro trás”, afirma. Tem um capítulo no livro que diz “lidando com o dinheiro” e ensina como quebrar esse tabu que dinheiro traz felicidade, discórdia. “Dinheiro não trás nada disso, o que você precisa saber é lidar com ele, assim como você precisa lidar com seus filhos, sócios, esposa, tem de saber lidar com o dinheiro”.
A rede Habib’s institui o dia 16 de outubro como Bib’s Dia Genial, em que toda renda obtida com a venda das esfihas nas lojas da marca é destinada para o auxílio a entidades sociais.

Lucratividade e amor. Privilégio de poucos
A maioria das pessoas tem dificuldade de conquistar a lucratividade, porque pensa que seja uma coisa somente financeira, e é aí que está o erro. A afirmativa feita por Saraiva no livro Os Dez Mandamentos da Lucratividade, vem acompanhada de uma descoberta. “Descobri ao longo dos anos que lucratividade é algo que deve ser conquistado com o coração, assim como o amor, é preciso encanto na sua conquista”. Ficou complicado?
Então preste atenção nas considerações a seguir e acompanhe o raciocínio de Saraiva. Talvez você conclua que ele pode mesmo ter razão:
- A conquista da lucratividade e do amor é algo que fascina, algo misterioso guardado a sete chaves e que por isso mesmo, quase sem acesso. Privilégio de poucos.
- A conquista da lucratividade lembra da conquista do amor não correspondido. Quanto mais se quer, menos se tem; quanto mais se procura, menos se encontra; quanto mais se vai atrás, mais distante fica.
- Ambas conquistas ocorrem no mistério da incompreensão, na paixão ardente que se descobre, na atitude de entregar-se; são incompreensíveis; há que ter sentimentos e dar-se nessas conquistas.
- Tanto na conquista do amor como na da lucratividade, não basta estarmos presentes, é preciso muito mais. Na falta, sentimentos falta, o sufoco aumenta, o coração dispara, intensamente tudo explode.
- Na lucratividade como no amor; o óbvio deixa de ser, o “toma-lá-dá-cá” não existe, a matemática não funciona, o que você dá não diminui, só soma; muitas vezes são incompreensíveis, como a razão que se troca pela emoção.
- Lucratividade e amor são inesgotáveis, quanto mais, mais vem; mas não toleram desprezo e cobrança; se isso ocorre, desaparecem e deixam de existir.
- Amor e lucratividade – Difíceis de entender. Privilégio de poucos. Só quem ama sente, só quem tem entende.

Sobre a Autora:
Alessandra Assad
Diretora da AssimAssad Desenvolvimento Humano. Formada em Jornalismo, pós-graduada em Comunicação Audiovisual e MBA em Direção Estratégica, é professora universitária e em MBAs, colunista de vários meios de comunicação e palestrante.

Liderança - o paradoxo do poder

Autora: Alessandra Assad

Ao reduzir os custos das comunicações, a tecnologia da informação não só torna a descentralização do processo decisório mais desejável, como também torna mais visíveis os valores reais das empresas. A afirmação veio de Thomas Malone, professor de Management da Sloan School of Management, do MIT, e diretor-fundador do Centro de Inteligência Coletiva do MIT, que abriu o Special Management Program, organizado pela HSM, falando sobre organizações inteligentes e o desafio da gestão que cria resultados extraordinários através das pessoas.

O professor explicou que ao reduzir drasticamente os custos, a tecnologia da informação torna possíveis também novas maneiras de organizar as empresas. Em muitos casos, isso levará a maior liberdade das pessoas nas empresas, estilos gerenciais mais descentralizados e baseados na inteligência coletiva dos grandes grupos e maior preocupação com os valores “não econômicos” das empresas. Mas, quando descentralizar?

À medida que os custos de comunicação continuam a cair, formas e combinações criativas das estruturas descentralizadas de tomada de decisão continuarão aparecendo. Em muitos casos, as pessoas que imaginarem como capitalizar sobre as novas oportunidades, seja em grandes ou pequenas empresas, ganharão uma vantagem significativa sobre aquelas que não imaginarem. Mas e então: centralizar ou descentralizar? Se você é como a maioria dos gerentes, certamente enfrenta este tipo de decisão o tempo todo. Como pode saber se a descentralização faz sentido para a sua situação? E se decidir descentralizar, como saber que tipo de descentralização funcionará melhor?

O professor Malone comparou de maneira genérica as estruturas das hierarquias centralizadas e dos tipos básicos de descentralização, levando em consideração os pontos fortes e fracos de cada um. Quando você precisa economizar em custos de comunicação, ou quando é importante resolver conflitos de interesse difíceis, as hierarquias centralizadas podem ser melhores. Quando precisa maximizar a motivação e a criatividades do funcionário ou ter acesso a muitas pessoas ao mesmo tempo, os mercados são especialmente atraentes. Quando aspectos de todas as quatro dimensões (custo de customização, individualização e capacidade de usar muitas pessoas ao mesmo tempo, capacidade de resolver conflitos e autonomia, motivação e criatividade) são importantes, as duas estruturas intermediárias, que são hierarquias flexíveis e democracias, podem funcionar bem.

Malone adverte porém, que em muitos casos a melhor solução é criar um sistema customizado que combine elementos de mais de uma estrutura básica. “Você pode, por exemplo, usar estruturas diferentes para diferentes tipos de decisão”. É o que acontece muito em mercados internos: as decisões operacionais básicas são tomadas através de um mercado descentralizado, mas os gerentes hierárquicos escolhem os participantes, estabelecem as regras básicas e intervêm quando o mercado não faria o que é melhor para a organização como um todo.

“Atribuir decisões diferentes a estruturas diferentes não é fácil”, afirmou Malone. Requer um entendimento detalhado de sua situação específica e de suas metas. Para cada tipo principal de decisão que sua empresa toma, você pode fazer três perguntas:

1 – Os benefícios potenciais de descentralizar são importantes?
Os benefícios considerados por Malone são: incentivo à motivação e criatividade; permitir que muitas pessoas pensem simultaneamente sobre o mesmo problema; e acomodar a flexibilidade e a individualização. A importância desses benefícios varia muito, mas eles são, com freqüência, muito importantes em certas indústrias e funções de negócios. Esta pergunta diz respeito às suas escolhas estratégicas.

2 – É possível compensar os custos potenciais da descentralização?
Esta pergunta leva a outras como: É possível tomar decisões de forma eficiente quando ninguém está no controle? Como é possível garantir a qualidade ou proteger a empresa de perdas se ninguém supervisiona? Como é possível tirar vantagem das economias de escala ou da troca de conhecimentos se tudo é tão fragmentado? Malone afirma que essas preocupações são tão importantes que muitas vezes levam os gestores a rejeitar estruturas descentralizadas e a manter hierarquias rígidas. Ele afirma que há maneiras criativas de lidar com as desvantagens potenciais, examinando com profundidade os quatro problemas principais da descentralização.

3 – Os benefícios de descentralizar compensam os custos?
Depois de resolver os benefícios e custos, é necessário ponderá-los para decidir se a descentralização compensará. O professor afirma que as respostas dependem muito de cada situação, mas algumas regras simples podem ajudar a pensar na melhor escolha:
- Descentralize quando a motivação e a criatividade de muitas pessoas forem essenciais.
- Centralize quando for essencial resolver conflitos.
- Centralize quando for crítico ter muitos detalhes, até um nível bem inferior, unidos por uma única visão.

O professor afirmou que embora a centralização nunca desapareça completamente, é provável que vejamos uma descentralização cada vez maior nas próximas décadas. Juntamente com a mudança, surgirá uma nova forma de pensar na essência da administração em si. A tradicional administração de comando e controle não desaparecerá, mas um modelo novo e muito diferente se tornará cada vez mais importante, podendo ser um grande benefício para o negócio o desenvolvimento da capacidade de tomar decisões em mais pessoas. Malone fechou deixando um grande conselho para os decisores: “Vocês ficariam surpresos com o que algumas pessoas podem fazer quando têm as oportunidades certas para desenvolver as suas habilidades”. Mas esta é uma decisão um tanto centralizada no paradoxo do poder de cada líder, ou não?